O Banco Keve integra, desde Março deste ano, da lista de bancos comerciais de importância sistêmica, fruto do processo de reestruturação e saneamento, que “engordaram” os activos para 611 mil milhões de Kwanzas e elevou o rácio de solvabilidade nos 22,5 por cento, de acordo com números da instituição a que tivemos acesso.
A classificação é do Banco Nacional de Angola (BNA), que, em nota endereçada ao Keve e numa actualização ao mercado, elevou e colocou a instituição dirigida por Bruno Grilo no grupo de instituições-chaves da banca doméstica, tendo como base factores “qualitativos” do processo de transformação reestruturação do banco, conforme o director de gestão de risco do banco, Sérgio Gama.
“Foi por volta de Março que recebemos a comunicação formal do BNA que o Banco Keve passa a fazer parte do leque de bancos sistêmicos. E a informação que obtivemos é que somos sistémicos por aspectos meramente qualitativos.
Eles entenderam que crescemos muito, e o banco fez a reestruturação num processo muito célere, e, em função disto, entenderam [atribuir-nos essa classificação]”, justificou Sérgio Gama.
De acordo com a teoria económica, um banco sistêmico é uma instituição que tem um papel relevante no sistema financeiro, apesar de não haver uma métrica para medir essa relevância. Essa posição também é medida, por exemplo, pelo nível de exposição efectivo aos diversos riscos e efeitos de contágios ao mercado.
Além das avaliações do ponto de vista qualitativo e que concorreram para que o banco central colocasse o Keve na “lista” de bancos sistêmicos do país, o banco também fez investimentos de capital e noutras áreas de negócios.
Assim, e dentro do seu plano de negócio, o banco fez um aporte de fundos que fez disparar o activo do banco de 150 mil milhões de Kwanzas, em Setembro de 2021. Quatro meses depois, o banco conheceu outro aporte financeiro de 331 mil milhões de Kwanzas, isto é, precisamente em Dezembro do mesmo.
Já em 2022, os accionistas do banco que tem no nome um rio do Sul de Angola voltam a fezer outro acréscimo financeiro. Desta vez, o banco saiu de 331 mil milhões para 611 mil milhões de Kwanzas, um crescimento de 84,5 kwanzas.
Somado todos estes factores, e considerando o business plan da entidade, a gestão acredita que, ainda que não fosse pela avaliação qualitativa, o caminho traçado pelo Keve levaria, de uma ou de outra forma, a entidade para os gigantes do mercado bancário angolano.
“O que entendemos, e isso é uma percepção nossa, provavelmente tem a ver [também] com o crescimento repentino que o banco teve do ponto de vista de estrutura de balanço. Ou seja, desde o processo de reestruturação, de Setembro de 2021, o banco tinha uma estrutura de balanço na ordem dos kz 150 mil milhões, e o que é certo é que, a 31 de Dezembro de 2022, ou seja, o banco fechou o ano com kz 611 mil milhões”, atestou Sérgio Gama.
Entretanto, e independentemente das acções exigidas pelo regulador, o Keve já tinha em curso as suas acções de redefinição do negócio, conforme ainda o director de gestão de risco Ségio Gama, factos que suportam a tese de que, de qualquer das formas, o Keve integraria o grupo de bancos sistêmicos.
Fonte Jornal de Angola
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