Economia e Finanças

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Economia

Comércio entre Angola e Itália cresceu 1,8 mil milhões de euros

As trocas comerciais entre Angola e a Itália ascenderam a 1.800 milhões de euros, em 2022, mais 358 por cento que no ano anterior, quando o comércio bilateral ficou avaliado em 400 milhões de euros, anunciou, ao Jornal de Angola, o embaixador daquele país, Cristiano Gallo.

O diplomata, que falava ao Jornal de Angola por ocasião do 77º aniversário da República Italiana, celebrado a 2 de Junho, sublinhou que o saldo das trocas comerciais é favorável a Angola, cujas exportações italianas ascenderam para cerca de  297 milhões de euros (6,9 por cento mais que em 2021), e as angolanas para o país europeu a aumentarem para 1,5 mil milhões de euros (um crescimento de 1.180 por cento).

O saldo da balança comercial de 2022 foi favorável a Angola em 1,2 mil milhões de euros, afirmou Cristinano Gallo, apontando que, nas trocas bitalerais, a Itália fornece a Angola máquinas e maquinaria industrial, aeronaves e produtos siderúrgicos, importando petróleo, que constitui 93,2 por cento das remessas angolanas, e gás natural, que representa 6,3 por cento.

A intenção da Itália, sublinhou, é tentar reequilibrar a balança comercial, favorecendo o incremento das exportações de maquinaria e tecnologia italiana, sobretudo, para a indústria agro-alimentar e de rochas ornamentais, contribuindo para o processo de diversificação da produção nacional em Angola.

O embaixador atribuiu os resultados positivos do ano passado ao compromisso das missões políticas realizadas entre os dois Estados em 2022,o que inclui duas deslocações políticas ocorridas em Março e Abril do ano passado, lideradas pelo ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Luigi Di Maio, que tiveram como principal objectivo reactivar o intercâmbio institucional ao mais alto nível entre os dois Estados.

Outro aspecto positivo foram as duas conversas telefónicas mantidas entre o  Primeiro-Ministro de Itália, Mário Draghi e o Presidente da República de Angola, João Lourenço, em Abril do ano passado, as quais permitiram uma troca de opiniões sobre as principais questões bilaterais e da actualidade internacional.

Em Abril deste ano, a Embaixada da Itália promoveu, em colaboração com a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola e a Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (ONUDC), um curso de Confisco e Administração de Activos, decorridos de 18 a 20 de Abril.

Neste processo, participaram três formadores de alto nível da Itália para oferecerem uma contribuição concreta aos esforços de combate à corrupção do Executivo angolano.

  Interesses económicos mais diversificados

Actualmente, estão implantadas no mercado angolano mais de 30 empresas ligadas, principalmente, ao  petróleo, maquinaria, agricultura, agronegócio, energias renováveis, defesa e construção de infra-estruturas.

Os principais interesses económicos da Itália em Angola, segundo Cristiano Gallo, estão representados na prospecção e exploração de petróleo e gás e desenvolvimento de energias  renováveis.

Destacam-se as actividades das empresas  ENI Angola e SAIPEM, ambas do sector petrolífero,  e a Maire Tecnimont, especialista em energias renováveis. Como sector de grande relevância, destaca-se o agronegócio e logística, onde, historicamente, operam os produtores de carne bovina da INALCA, do Grupo Cremonini,  e a empresa ESKO, fornecedora global de soluções integradas de hardware e software.

“Na nossa visão, o sector da indústria agro-alimentar apresenta várias oportunidades para as empresas italianas se posicionarem como parceiros estratégicos das empresas angolanas, principalmente, com o programa do Governo o  PLANAGRÃO”, frisou, lembrando que, em Abril deste ano, foi assinado um contrato de exportação entre a empresa italiana Andreotti SpA e a angolana  Carrinho SA, para a construção de um dos maiores parques industriais  de África, de esmagamento e trituração de soja e girassol na província de Benguela.

 O contrato em si, indicou Cristiano Galo, contou com o apoio da Agência Italiana de Crédito à Exportação (SACE), através de uma garantia do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), coadjuvada por uma garantia soberana do Ministério angolano das Finanças.

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