Os países precisarão construir resiliência para gerenciar as inevitáveis mudanças no comércio e no investimento estrangeiro direto.
De acordo com IMF (International Monetary Fund), a África Subsaariana poderia perder mais se o mundo fosse dividido em dois blocos comerciais isolados centrados na China ou nos Estados Unidos e na União Europeia. Neste cenário severo, as economias da África Subsaariana podem experimentar um declínio permanente de até 4% do produto interno bruto real após 10 anos, de acordo com as estimativas do IMF– perdas maiores do que as que muitos países experimentaram durante a crise financeira global.
Alianças econômicas e comerciais com novos parceiros econômicos, principalmente a China, beneficiaram a região, mas também tornaram os países dependentes de importações de alimento e energia mais suscetíveis a choques globais, incluindo interrupções do aumento das restrições comerciais após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Se as tensões geopolíticas aumentarem, os países podem ser atingidos por preços de importação mais altos ou até mesmo perder acesso aos principais mercados de exportação – cerca de metade do valor do comércio internacional da região pode ser afetado.
As perdas poderiam ser agravadas se os fluxos de capital entre blocos comerciais fossem cortados devido a tensões geopolíticas. A região pode perder cerca de US$ 10 bilhões de investimento estrangeiro direto (IED) e influxos de ajuda oficial ao desenvolvimento, o que representa cerca de meio por cento do PIB por ano (com base em uma estimativa média de 2017-19). A redução do IDE a longo prazo também pode dificultar a tão necessária transferência de tecnologia.
Para os países que buscam reestruturar sua dívida, o aprofundamento da fragmentação geoeconómica também pode agravar os problemas de coordenação entre os credores.
Fonte: IMF