O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, destacou, segunda-feira, o “papel preponderante” desempenhado pelo Fundo de Garantia de Crédito (FGC) no Sistema Financeiro Nacional.

José de Lima Massano, que falava durante um encontro com o presidente do Conselho de Administração do FGC, esclareceu que este papel é consubstanciado nas garantias de financiamento às micro, pequenas e médias empresas, indica uma nota do BNA.

Por seu lado, o PCA do FGC, Luzayadio Simba, informou que as garantias emitidas pela instituição que dirige para acesso ao financiamento bancário, ao abrigo do Aviso 10/22 do BNA, foram dignas de realce por parte do governador do Banco Central, uma vez que o Fundo tem prestado apoio às empresas do sector produtivo, no âmbito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).

Durante o encontro entre os responsáveis do BNA e do Fundo de Garantia de Crédito foram abordados aspectos ligados ao reforço da cooperação entre as duas instituições. Luzayadio Simba aproveitou a ocasião para convidar José de Lima Massano a assistir ao acto de assinatura do memorando de entendimento entre o FGC e o African Guarantee Fund (Fundo Africano de Garantia), no dia 27 deste mês, em Luanda.

Luzayadio Simba afirmou que o acordo previsto com o Fundo Africano de Garantia tem como objectivo reforçar a capacidade institucional junto de parceiros internacionais e contribuir para o desenvolvimento e promoção de soluções financeiras, alinhadas com as necessidades específicas das micro, pequenas e médias empresas.

O BNA e o FGC proveem apoiar especialistas em investigação científica da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade José Eduardo dos Santos, com sede na província do Huambo, que vão analisar as reais causas das pragas da mandioca vírus do mosaico e bacteriose, que assolam, há três anos, o corredor das províncias do Cuanza-Norte, Malanje e Uíge.

“É uma situação que está a expandir-se no Norte do país, preocupando, de certa maneira, a população camponesa destas regiões, que podem ficar sem produção nesta época agrícola”, alertou Luzayadio Simba, sublinhando que o FGC tem o compromisso de emitir garantias às empresas com necessidade de financiamento bancário.

O BNA e o FGC manifestaram a pretensão de, no âmbito do combate às pragas da mandioca, realizar, em breve, um Congresso Internacional com a comunidade científica. O evento, segundo o PCA do FGC, deverá contar com a parceria dos Ministérios da Agricultura e do Comércio e Indústria, devendo os especialistas levarem à mesa de debate os mecanismos de eliminação da praga e medidas para evitar o alastramento para as demais províncias. Neste capítulo, o encontro prevê contar com a participação de especialistas dos países da SADC.

Mais de 700 garantias

Segundo Luzayadio Simba, o Fundo de Garantia de Crédito emitiu, ao longo de quase 11 anos, 770 garantias, num montante avaliado em mais de 314 mil milhões de kwanzas. No ano de 2022, o FGC concedeu 128 garantias de crédito, avaliadas em mais de 62,4 mil milhões de kwanzas. Na linha GAP (Garantias de Apoio à Produção), emitiu 106 garantias, avaliadas em 61,9 mil milhões de kwanzas. Já a nível do PDAC (Projecto de Apoio à Agricultura Comercial) foram emitidas 22 garantias, num montante 561,2 milhões de kwanzas.

A reunião de ontem contou, igualmente, com a presença do vice-governador do BNA, Manuel Tiago Dias, e dos administradores do Conselho de Administração do FGC, nomeadamente Eduardo Katalahary Mohamed, para área de Negócios, e Felisbela Francisco, para Administração e Finanças.

Fonte: Jornal de Angola