Após ter adquirido 51% das acções Finibanco, o gigante nigeriano fez um acordo com o grupo britânico para a aquisição das suas filiais em 5 países africanos, incluindo Angola. Assim, o Access Bank fica com 60% Standard Chartered Bank e já fez uma proposta à Ensa para comprar os restantes 40%.
O grupo bancário nigeriano Access Bank Plc adquiriu as actividades do britânico Standard Chartered Bank em Angola, ficando com 60% do capital da instituição bancária, num acordo celebrado recentemente em Londres. O convénio foi feio logo depois de ter também concluido a compra de 51% das acções do Finibanco que antes pertenciam ao português Montepio.
Além de Angola, o gigante bancário nigeriano concluiu um acordo com o grupo britânico para a aquisição das suas filiais nos Camarões, Gâmbia, Serra Leoa e Tanzânia, um investimento em cinco países africanos. O Access Bank também vai liderar as actividades de banco de consumo, banco privado e banco comercial na Tanzânia.
Embora o valor da transacção da compra do Standard Chartered não tenha sido anunciado, a aquisição de cada subsidiária permanece sujeita à aprovação dos respectivos reguladores locais e da autoridade reguladora bancária da Nigéria. No caso de Angola, a operação deve ser autorizada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), seguida pela Autoridade da Concorrência, tal como aconteceu com a compra das acções do Finibanco.
Assim, o Access Bank vai ficarcom 60% das acções do Standard Chartered Bank Angola (SCBA), sendo que os restantes 40% pertencem à seguradora Ensa. Ao que o Expansão apurou, o banco já fez uma oferta à seguradora pública, e até ao momento aguarda por uma resposta. O objectivo do Access Bank é ficar com 100% das acções do SCBA, e também no Finibanco, mas para isso terá de negociar a compra dos 35,23% do banqueiro Mário Palhares, os 5,02% de Francisco Simão Júnior e outros accionistas.
A Ensa Seguros, que se encontra em processo de privatização, é constituída 100% por capitais públicos, sendo o Estado angolano o único accionista. A seguradora seria uma das empresas a abrir o programa de privatizações, tendo-se definido como início da sua privatização no ano de 2019, o que não aconteceu. Em Novembro de 2021, Carlos Duarte, então PCA da Ensa, afirmou durante o VI Fórum Seguros do Expansão que a primeira fase de privatização da empresa deveria estar concluída no primeiro trimestre de 2022, o que também não se verificou. No entanto, em Junho do ano passado o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) pôs fim à primeira fase do processo de alienação de 51% do capital social, por via de um concurso limitado por prévia qualificação, dirigido a investidores nacionais e estrangeiros, empurrando a privatização da seguradora por via da bolsa.Entretanto, enquanto o Access Bank considera as novas aquisições essenciais para seu projecto de crescimento, a transação permite ao Standard Chartered registar a sua saída do continente para “alcançar eficiências operacionais e aumentar a dimensão do negócio”.
Em Abril de 2022, o Standard Chartered Bank Group já havia anunciado que estava a analisar uma série de opções de desinvestimento, entre as quais, a saída total das operações em Angola.
O último relatório e contas aponta que no exercício económico de 2022 o SCBA viu os seus lucros caírem 96% para 248,85 milhões Kz quando comparado com 2021. Os activos também caíram, tendo registado uma redução de 19% para 41,77 mil milhões Kz, sendo o banco com menor activo a nível da banca comercial angolana. O stock que crédito fixou-se nos 426 milhões Kz (-43%) e os depósitos em 22,94 mil milhões Kz (-28%).
O banco dirigido por Cláudia Conceição (CEO) também registou uma queda de 2% nos fundos próprios para 14,35 mil milhões Kz. Até Dezembro de 2022 o SCBA tinha 46 clientes e 29 trabalhadores.
Fonte: Expansão
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