O capital próprio do Banco Banif situava-se, no fim de 2022, “num valor negativo de 877,0 milhões de euros”, em confronto com Fundos Próprios negativos de 851 milhões de euros em 2021. A liquidação do Banif vai demorar mais tempo e custar mais do que previsto inicialmente.
O Banif, banco em liquidação, anunciou as suas contas de 2022 e reporta um prejuízo de 26 milhões. O banco revela ainda que inicialmente estava previsto que a liquidação do Banif durasse oito anos até à sua conclusão e tivesse custos de cerca de 13,1 milhões de euros. Mas a comissão liquidatária prevê agora que vai demorar mais tempo e custar mais do que foi inicialmente previsto.
Nas contas o banco reporta que o ativo bruto do Banif atingia, no final de 2022, o valor de 428,1 milhões de euros, ao passo que o Ativo Líquido se cifrava em 54,2 milhões de euros, em comparação com 58,4 milhões no fim de 2021.
Por seu turno, o Resultado Líquido (negativo) obtido em 2022 situou-se em 26,014 milhões de euros, denotando um agravamento em comparação com os prejuízos anteriores de 15,63 milhões de euros em 2021. O agravamento também se confirma face aos 14,94 milhões de euros em 2020 e aos 13,84 milhões de euros no exercício de 2019, “por efeito do aumento gradual dos juros contados sobre os passivos, nomeadamente sobre os saldos das emissões de obrigações subordinadas, mas sobretudo do impacto de uma operação de aquisição de créditos subordinados sobre o Banco Banif Brasil, ao valor nominal, contra entrega de ações deste banco, operação que foi instrumental para o aumento de capital do Banif Brasil por conversão de créditos subordinados em capital social da instituição”.
Já o total do passivo aumentou de 909,4 milhões de euros (31 de dezembro de 2021) para 931,27 milhões no fim 2022, “o que reflete quase exclusivamente a contabilização de juros, no valor de 14,9 milhões de euros, relativamente à dívida que permaneceu no banco residual após a aplicação da medida de resolução ao Banif e por isso constitui hoje o passivo mais significativo desta liquidação”.
No passivo total destacam-se, pelo seu peso, os “Outros Passivos Subordinados”, que correspondem grosso modo à emissão de dívida subordinada, com 335,5 milhões de euros, e os “Outros Passivos”, com 576,4 milhões de euros”.
Passivos estes que abarcam, entre outros, “o crédito privilegiado, nos termos da lei, do Fundo de Resolução sobre esta Liquidação, no valor de 489 milhões de euros e o crédito, reclamado e reconhecido como ordinário, no valor de 53,39 milhões de euros, decorrente de uma condenação do Banif em processo instaurado pelo Novobanco contra o Banif, por sentença de 30 de dezembro de 2016, transitada em julgado, que posteriormente foi cedido à Ares Lusitani, uma sociedade de titularização de créditos (a referida condenação foi no valor em capital de 53,39 milhões de euros, acrescido de juros vencidos e vincendos)”.
Fonte: Jornal Económico
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