O crédito malparado na banca angolana, em 2022, reduziu em 296,24 mil milhões de kwanzas, representativo de 31 por cento em relação ao valor do ano anterior, fixando uma taxa de incumprimento de 14,4 por cento bem abaixo dos 20,2 por cento de 2021, mínimo dos últimos cinco anos.
Segundo o relatório e contas do Banco Nacional de Angola (BNA), referente aos 12 meses de actividade de 2022, no global, o sector bancário registou resultados positivos, num montante de 470,77 mil milhões de kwanzas. O valor representa uma diminuição de cerca de 1,35 por cento face ao período homólogo de 2021, devido, fundamentalmente, ao aumento dos custos com pessoal.
Já o sistema não bancário, registou um aumento do volume de microcréditos concedidos pelas sociedades de microcrédito e pela única cooperativa de crédito em funcionamento, no montante de 15,86 mil milhões de kwanzas (10,17 por cento), comparativamente ao período homólogo de 2021, tendo sido beneficiados 21 685 micro empreendedores.
As taxas médias de juro anuais praticadas tiveram uma diminuição de 3,95 pp comparativamente ao período homólogo de 2021 que foi de 67,02 por cento a.a.
Os dados mostram também que, até ao final de 2022, estavam abertas 1 443 711 contas bancárias simplificadas10, das quais 1 384 146 Bankita, 48 772 simplificadas para fins pessoais e 10 793 para fins comerciais, proporcionando um aumento do acesso da população ao sistema financeiro, em linha com os desígnios do objectivo estratégico do BNA.
Remessas
De acordo com o relatório de contas do BNA, o volume de remessas enviadas para o exterior do país atingiu o montante de 35,61 milhões de dólares norte-americanos, representando um acréscimo de 40,98 por cento face ao período homólogo de 2021, tendo como principais países de destino, Portugal e Brasil com uma quota de 40,71 e 25,36 por cento, respectivamente, do total das remessas enviadas. Este aumento pode ser explicado pelo regresso à normalidade depois do levantamento das medidas para combater o coronavírus permitindo o regresso de migrantes para o território angolano, que enviam dinheiro às famílias no exterior, e envio de dinheiro das famílias angolanas para os dependentes no exterior.
Por sua vez, o volume de remessas recebidas do exterior do país atingiu o montante de 4,11 milhões de dólares norte-americanos, representando um decréscimo de 69,82 por cento face ao período homólogo, sendo Portugal o principal país de procedência com uma representatividade de 25,15 por cento, seguido dos Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Brasil com um peso de 17,13; 11,16; 8,44 e 6,38 por cento, respectivamente. A queda das remessas recebidas pode ser explicada também pelo regresso à normalidade depois do levantamento das medidas para combater o coronavírus, o que permitiu maior actividade económica, diminuindo assim a dependência das famílias no país.
Fonte: Jornal de Angola
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